Tuesday, February 19, 2008

A renúncia de Fidel

Aos 81 anos de idade, filho de latifundiário, 49 anos de mandato como governante de Cuba e a saúde debilitada, Fidel Castro renúncia ao governo de Cuba.

Tudo começou quando, em sua juventude, percebeu que suas condições de vida se contrastavam com grande parte da população cubana que vivia em regime de pobreza e miséria, devido ao Governo de Fulgêncio Batista. Este governo tinha a ilha como refúgio dos milionários americanos, onde imperavam jogos, prostituição e tráfico de drogas.

Ao ser exilado no México, Fidel conheceu em seu exílio seu principal parceiro, o argentino Ernesto "Che" Guevara, e juntos formaram uma guerrilha que pretendia retornar à Cuba com o propósito de promover a Revolução.

Após a deposição do ex-presidente Fulgencio Batista, a dupla se separou. Che Guevara retornou à América do Sul para continuar a propagar a Revolução nos demais países latino-americanos e Fidel permaneceu em Cuba como seu Chefe de Estado.

Com eleições a cada 5 anos, Fidel ganhou todas desde sua chegada ao poder, pedindo afastamento somente em março de 2006, devido a graves problemas de saúde. Desde então seu irmão Raul Castro o substitui no poder como governante.

Fidel tornou-se inimigo declarado dos EUA após nacionalizar empresas americanas que residiam em Cuba, resultando no embargo comercial americano à ilha.

Disse já ter sofrido várias tentativas de assassinato pela CIA (Central de Inteligência Americana), inclusive uma proveniente de um "charuto explosivo".

Uniu-se à União Soviética no período da Guerra Fria, promovendo Cuba a ponto estratégico para ataques soviéticos aos EUA. Entretanto, foram descobertos pelos EUA nas águas cubanas mísseis vindos da URSS, que planejava-se serem colocados na ilha a fim de posicionar um ataque aos EUA. A URSS desistiu do ataque, e juntamente com os EUA fez um acordo às escuras, resultando na retirada dos mísseis americanos da Turquia.

Fidel reforçava que sua ideologia era genuinamente cubana, e que visava principalmente representatividade e justiça social, nada de marxismo ou comunismo. Todavia, seu governo foi marcado pela forte repressão política, seja pela censura nos meios de comunicação, seja pelo impedimento da saída da população cubana da ilha ou seja pela perseguição política aos opositores ao governo. Também há indícios de violações dos direitos humanos.

Nos últimos anos, viu em Hugo Chavez, presidente da Venezuela, um grande parceiro político, que reforçou acordos entre Venezuela e Cuba, principalmente no que tange à distribuição de petróleo. Também dá apoio aos governos latino-americanos de Evo Morales, da Bolívia, e Luis Inácio Lula da Silva, do Brasil.

Hoje, em carta publicada pelo jornal do Partido Comunista Granma, Fidel declara que não voltará mais à presidência do país, dando fim à 49 anos de mandato, o mais longo da história, frente à Nação Cubana.

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